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A mostrar mensagens de 2006

Balanço

Como em qualquer empresa, também nós, indivíduos normais que ainda assim acham as suas vidas magníficas, temos tendência a fazer um balanço daquilo que foi o nosso ano. Pois bem, tendo em conta o comprometimento sentimental em que me encontro, tendo em conta que foi durante este ano que se operaram as mudanças mais fundamentais na minha vida, como sejam a mudança de cidade, a edição do meu primeiro romance, entre muitas outras, não posso deixar passar um balanço bastante positivo. Existe uma corrente que tem o hábito de fazer comparações entre efemérides e actualidade. Tudo começa com um «por esta altura, no ano passado,…». Assim seja. Mas a minha comparação vai para 2005 e 2004. Em 2004, eu estava a terminar o Aldeia de Luz . Em 2005, a finalizar o meu primeiro semestre universitário. Em 2006, estou prestes a completar três meses de namoro. Quem pode gabar-se de ter um acontecimento marcante diferente todos os anos? Quem pode fazer valer a memória para reviver momentos inesquecíveis a

A proximidade do afastamento

O valor que damos às pessoas é, como diz Chateaubriand no início da página, por outras palavras, constantemente postergado para a altura em que nos vemos na iminência de as ter longe de nós. E assim será sempre, a não ser que tenhamos essa consciência e tenhamos bem presente que tal acontece porque simplesmente cedemos espaço ao facilitismo. «Estás aí, logo não tenho de te procurar» é talvez a frase mais dita pelo nosso inconsciente, o id de Freud, por esta altura. Afinal, se nos dói quando o tempo do afastamento se aproxima, mesmo que depois se volte a afastar e tudo permaneça no caminho que desejamos, estamos a deixar que esse inconsciente nos domine. Se bem que haja certas alturas em que devemos ser dominados por ele, se ele estiver bem treinado ao ponto de satisfazer necessidades que não teríamos capacidade de suprir de outra forma. Tudo isto para dizer, unicamente, que não podemos fechar os olhos ao passado, o passado em que este domínio atroz do facilitismo nos levou a passar p

Furadouro

Ao jantar, que fiz em Aveiro porque a CP não conseguiu ultrapassar o problema da linha urbana Aveiro-Porto que me impediu de regressar a Gaia, deu-se uma avalancha de emoções, motivada por um acrónimo que nunca me abandonará: ENEE. E daí ao Levanta-te e Ri que permanece em cassete para rever imensamente e à música "Aqui vou eu para a costa, aqui vou eu para o ENEE, de Aveiro vou fugir vou para a Praia da Galé" com letra de Fernando Miguel Santos e Luís Filipe Romão e música de Despe & Siga foi um instante. Este ano, nas mesmas datas, espera-nos o Furadouro. Presença marcada? Escusado será responder...

Apresentação em Aveiro

Dia 29 de Novembro, ou seja, na próxima quarta-feira, vou fazer a primeira apresentação pós-lançamento do Aldeia de Luz , na livraria da Universidade de Aveiro. Na presença da editora, do vice-reitor e do meu "núcleo duro", assim espero. É mais uma forma de promover este primeiro romance e tentar alcançar o primeiro objectivo: a venda dos primeiros quinhentos livros. O segundo livro já está, como se costuma dizer, na forja e pode esperar-se algo muito diferente. Para já interessa levar o Aldeia de Luz ao colo. O resto virá com tempo e por acréscimo.

Quem mexeu no meu queijo?

Hoje tomei uma das decisões mais difíceis que tomei até hoje. Vou passar a ficar toda a semana em Aveiro. Custa , mas tenho a certeza que é a mais necessária, a mais acertada, mais equilibrada e mais premente decisão que podia tomar. O tempo vai passar a ser mais, mas principalmente a orientação vai ser diferente. Vou ser, assim espero, mais calmo nas decisões e na forma como encaro o trabalho. Espero pois que nada seja como dantes, para melhor. E enquanto escrevo este post , lembro-me dos ratinhos de Quem mexeu no meu queijo? Os que venceram foram os que decidiram partir em busca de um local onde havia queijo, um local que para eles significasse sucesso. Gaia para mim foi e é sucesso. Mas Aveiro também. E não podendo ser dois, parto em busca de um queijo diferente, sabendo que este estará aqui todas as sextas, nos meus regressos.

André Sardet

Com o livro a andar bem, boas notícias e críticas muito construtivas, só o cinto do curso e que podia desapertar um pouco mais… Daqui a nada não há furos suficientes. Ontem, fiz uma troca que me deu imenso gozo. Na FNAC do Gaiashopping, ou não fosse este o meu novo local de referência, juntei-me às dezenas e dezenas de fãs do André Sardet, que tanto prezo e que tanto significado tem para mim e para a minha namorada, e pedi os autógrafos da praxe. No entanto, ofereci-lhe também um livro autografado, o que gerou nele alguma surpresa. Depois, ali mesmo ao lado do artista, mantive uma conversa muito agradável com o Daniel Pinho, responsável pelos eventos da FNAC Gaia, que já tinha tratado do meu lançamento. Uma noite em grande.

Estreia

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Ladeado por Alda Roma e Avelina Ferraz, à esquerda e à direita na fotografia, respectivamente, no dia 29 de Outubro de 2006 durante o lançamento do Aldeia de Luz.  

Capa

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Uma capa. Uma viagem. Um sonho. E agora é vosso. 

Até breve

Ontem, pelas 18h30, consumou-se o sonho da minha vida. Não é um sonho que por se ter concretizado acabe, mas sim uma carreira que pretendo abraçar. Foi uma sensação indescritível. Chego ao ponto de me sentir estúpido porque lançar um livro e não ter palavras para descrever o que senti é incongruente. No entanto, se disser que a maioria das pessoas que gosto estavam presentes, que a presença delas foi como um bálsamo para mim, é perfeitamente compreensível este sentimento de impotência. Da Dra. Alda Roma, a prefaciadora e apresentadora da obra, tivemos o privilégio de ouvir uma dissertação lúcida sobre o texto, assim como duas recordações em forma de artigos do Desalinhado, jornal da E.S. Inês de Castro, escritos por mim. Pessoalmente, ouvir que em mim se encontram características que combatem a mediania é algo de extraordinário pois sempre critiquei o comodismo e a falta de iniciativa. Daí que me tenha comovido o facto de ver ali lidos artigos meus que mantêm toda a actualidade sentime

Ponto de viragem

Chegou o grande dia. Hoje, perante algumas dezenas de pessoas, lançarei o meu primeiro romance Aldeia de Luz . E agora? Não é medo, nem é dúvida o que me assalta. Antes sim, aquela ansiedade própria de quem sabe que está perante um ponto de viragem na sua vida. Como cantou Sérgio Godinho «hoje é o primeiro dia do resto da [minha] vida». Sou, pela primeira vez, alguém com uma responsabilidade legal que, apesar de eu saber que não pode resultar mal, tem sempre o seu peso em ombros jovens como os meus. Mesmo assim, é uma sensação única, só comparável às melhores sensações que se vivem. É a realização pessoal, o orgulho saudável, a noção de conseguir mover quem se gosta para nos ver… e é já às 18h30. Até já.

Mudança versus Inércia

Todo o nosso interior está repleto de inércia. Temos uma tendência inata para resistir à mudança, do que advém a admiração pela originalidade, que significa, por sua vez, que alguém venceu a inércia e se mexeu o suficiente para inovar. As mudanças que a minha vida tem sofrido, maioritariamente boas, pelo que não tenho razões para qualquer queixa, não deixam, contudo, de ser mudanças efectivas e profundas. Daí que nasça alguma ansiedade e que o sentido de responsabilidade que sempre tive tenha de ser agora aumentado e reforçado para o que há-de vir. É já daqui a cinco dias que se consuma um dos sonhos da minha vida: tornar-me escritor. Em alguns momentos, já me sentia como tal, mas de uma forma bem diferente desta. Uma coisa é sentir, outra é sermos reconhecidos como sendo algo de que nos orgulhamos. E isto não se traduz em falta de modéstia, mas sim num orgulho saudável que só nos traz felicidade e aos que nos rodeiam. No fundo, uma nova luz se acende na minha aldeia . A luz é o sonh

Escuro

Mais uma semana inesquecível e mais uma mensagem que torna o Fiel Depositário cada vez mais intimista. Mas para quem é sentimental, possuir um blog intimista não é um erro, nem tampouco se trata de uma questão etária, mas sim de feitio. Assim sendo, a Semana de Integração ao Caloiro com praxe, música, festa, o aniversário à mistura, fez com que estes dias sejam acrescentados àqueles que serão recordados sempre. E as simples recordações, umas pequenas, outras enormes, ficam aqui dentro, porque é onde se guardam as prendas das pessoas de quem gostamos. É por isso que hei-de sempre recordar o momento em que fui abraçado e felicitado pelos meus dezanove anos, a Cartola a cantar-me os parabéns acompanhada de centenas de pessoas, o carinho, as brincadeiras, a amizade e, acima de tudo, aquele momento escuro ao som d’ Os Olhos ...porque, deixando de ver momentaneamente aqueles que me acompanham e que eu adoro, soube que, se a luz se apagasse e eles desaparecessem eu não seria ninguém.

Aldeia de Luz

O autor deste blog tem o prazer de anunciar que, no dia 29 de Outubro, pelas 18:30, na Fnac do Gaiashopping se realizará o lançamento do seu primeiro - de muitos - romance intitulado Aldeia de Luz . Agradece-se a comparência de todos os interessados em levar para casa um autógrafo e um sorriso como brindes de uma obra literária.

98 Octanas

Nós somos quem faz a nossa sorte. Se eu tivesse achado, como muitos outros, que o Cinema Cidade do Porto era foleiro, que não tinha categoria suficiente para apresentar um filme ou que o cinema português é sempre a mesma enxurrada de palavrões mal aplicados e más actuações, hoje ainda era o mesmo. No entanto, quis a sorte, que eu mesmo fiz, que na mesma sala onde assisti à antestreia de 98 Octanas estivessem Márcia Breia e Fernando Lopes, uma das actrizes e o realizador. Falaram, contaram as peripécias que enfrentaram em quarenta dias de gravação e, por sua vez, Fernando Lopes referiu a presença de alguém muito estimável que o tinha comovido pela sua presença. Eis que ali um simples leitor da revista Sábado a aproveitar uma borla, num simples cinema, pode apreciar a companhia de Manoel de Oliveira. Desde esse dia que me sinto maior.

E agora, Agassi?

Hoje, perante cerca de 25.oo0 espectadores, Andre Agassi acabou a carreira. Chorou, humedeceu os olhos ao público, tanto lá como cá, e acabou. Após 21 anos de carreira, enorme, grandioso, vencedor, digno vencido, perdeu condicionado por uma lesão e por um adversário que a soube aproveitar. Ainda assim, Benjamin Becker não dominou o praticamente infatigável Agassi. Lutou com as armas que tinha, mas as palmas finais estavam destinadas a Agassi, ganhasse ou perdesse. Com uma enorme dignidade, Becker disse ao público para dar toda atenção àquele homem, "que muito deu ao ténis e que é um dos melhores entre os melhores". Agassi por seu lado agradeceu o enorme apoio que lhe foi oferecido durante a carreira e, mais uma vez, chorou. Estas lágrimas são, além da maior dor, o maior agradecimento que aquele público, e este, podiam ter recebido.

François Chateaubriand

Nutro um certo fascínio por François Chateaubriand. A citação que acompanha sempre quem abre esta página, logo no cabeçalho, é dele. No entanto, inadvertidamente, esbarrei com uma outra, de carácter mais literário. Isto, só porque trata de escrita. Assim diz: "O escritor original não é aquele que não imita ninguém, mas sim aquele que ninguém pode imitar". E, como se vê, nada mais há a dizer…

Fotografia

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É a primeira vez que publico uma foto minha, mas também já era tempo de o fazer. Faço-o, não só por vontade própria, mas também a conselho de Steven Saylor, que me disse que todos os autores americanos possuíam uma fotografia no blog. Aqui está e passará a estar sempre no respectivo local.  

Gunter Grass

Como já várias vezes me ouviram afirmar, nutro um certo fascínio pelos ditadores. Não nutro fascínio algum pelo seu lado negro, o lado genocida ou homicida, mas sim pela inteligência que possuem e, infelizmente, usam no pior sentido. Da mesma forma, não me arrelia nem um pouco que Gunter Grass, prémio Nobel da Literatura em 1999, um ano após Saramago, tenha pertencia, ainda adolescente, às SS. O que merece toda a contestação do mundo é o facto de quererem retirar-lhe o Nobel (algo já rejeitado pela Academia). O Nobel premeia o escritor e, talvez implicitamente, a pessoa. Ainda assim, retirar um prémio justo a quem fez tanto pela literatura mundial, a quem o mereceu pela carreira que teve nas letras é desadequado senão mesmo um acto de má fé. E se Grass foi crítico em relação a este tipo de actos condenáveis, como sejam as atrocidades nacional-socialistas, tal como referiu Manuel Queiroz do Correio da Manhã, fez muito bem. Se se refugiou num manto de pretensa inocência, só agora confess

Diário de Viagem

Ao ler À Flor do Tempo de Ilse Losa, que tive o prazer enorme de conhecer, lamentavelmente a pouco tempo do seu desaparecimento, encontrei uma crónica intitulada "Cada Vez Maior". Esta refere-se a uma viagem realizada pela brilhante escritora aos Estados Unidos. Nela reflecte-se acerca da evolução dos mercados, desde as mercearias simples de outrora até aos actuais "hipers". Contudo o que me move a escrever este post não é esta evolução, mas a referência a um diário de viagem escrito por Ilse. Foi então que, sabendo a sua exacta localização, fui buscar o meu próprio diário de viagem, desta feita a Itália, em 2004. Logo nos primeiros textos é possível notar a espectacular alegria com que os escrevia, podendo juntar numa simples folha de papel, muitos dos meus maiores prazeres: a escrita, as viagens, o prazer de rever pessoas de quem gosto… A escrita foi feita sem qualquer preocupação estética ao ponto de ser perceptível que eu, que dou um valor inestimável a tudo qu

Feira Medieval, William Tell e outra vocação

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Descobri, inadvertidamente, a minha vocação. Lamento que não seja possível ver bem o que significa a fotografia (mesmo após a tentativa de melhoramento), mas acredito com a ajuda da descrição é perfeitamente possível entendê-la. Foi na Feira Medieval quando, a troco de um euro, tive oportunidade de lançar três flechas, com a ajuda óbvia de um arco. A primeira foi ao chão, levantou um pouco de poeira, mas além disso nada de mais. A segunda, embora alinhada com o alvo horizontalmente, foi parar à palha que se encontrava atrás deste. A terceira acertou…exactamente no meio do fruto! Portanto, por muito que falem de William Tell, eu fiz tudo o que ele fez, ou seja, acertei no meio de uma maçã. O facto de ele o ter feito mais vezes, a mais célebre das quais com a maçã pousada na cabeça do filho, são meros pormenores…  

Miami Vice

O filme Miami Vice tem, desde logo, uma grande vantagem: a dupla de protagonistas. A acção podia ser desinteressante, o restante elenco uma miséria, o realizador um novato, os cenários irrealistas ou o argumento simplista e surreal, que bastavam Colin Farrell e Jamie Foxx para despertar a atenção. No entanto, o filme não é nada disto. É atractivo, possui um elenco de qualidade, um realizador experiente, cenários reais e um argumento que arrebata o telespectador. E ainda tem Coli Farrell e Jamie Foxx. Após verem o filme alguns dirão que tem defeitos e demasiados efeitos, que subvertem a realidade. Mentira. Michael Mann admitiu ter-se baseado numa história que aconteceu. Mas afinal de contas porquê falar desta forma deste filme? Em primeiro lugar, pela admiração que nutro pela dupla de actores. Em segundo, porque uma antestreia oferecida e em boa companhia tem sempre um significado diferente…

Aldeia de Luz

Este é o título do meu primeiro livro, que em breve estará editado. Mais pormenores se seguirão, mas só quando se justificar para que a expectativa não se desfaça.

CRÓNICAS DO MUNDIAL

Como a todos é notório, a Itália foi uma campeã justa. Após ter feito um Mundial que honrava as origens do catenaccio mas com um pendor ofensivo que há muito não se verificava em grandes competições. Assim sendo, atingiu o quarto título mundial. Por outro lado, o que marca esta final a ferro e fogo é a cabeçada de Zidane a Materazzi. Um génio que não conseguiu manter a cabeça fria ao fim de uma brilhante e experiente carreira. Tenha o italiano dito a pior coisa do Mundo e ainda assim não havia razão para tal reacção. É pena, mas pelas ondas de solidariedade que se observam não é coisa para preocupar os seus fãs. Terminam assim as Crónicas do Mundial que, embora curtas, penso terem sido proveitosas.

CRÓNICAS DO MUNDIAL

Afinal, passaram. Embora a vontade de retirar o post anterior seja grande, seria desonesto da minha parte adulterar uma decisão que tomei em perfeita consciência. Claro que, sendo algo que nunca se deve fazer, declarar vitória antes do tempo é arriscado. Mas dá gosto, quando resulta, e dissabores, quando falha. È com muita pena que vejo esta imagem com outra interpretação. Afinal o STOP foi mesmo português, tão português que, mostrado por Zidane ao marcar aquele penálti, acabamos por parar. Mesmo assim não me desculpo, simplesmente porque quem me obriga a dizer estas palavras é a mesma pessoa que, na noite de quarta, obrigou um país que de tão pequeno se torna enorme a parar.

CRÓNICAS DO MUNDIAL

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Hoje, meio Mundo espera a vitória de Portugal. Amanhã, por certo, essa metade vai parar. Pois que pare, mas para festejar! E que a França pare já aqui!  

CRÓNICAS DO MUNDIAL

Depois do primeiro post, o Mundial ficou sem comentários. Não que sejam estritamente necessários até porque os há aí aos milhares, mas simplesmente porque ficou dito que o ia fazer. E não é tarde. Tudo se resume a Portugal nas meias-finais. Após ter sido uma das quatro equipas que venceram todos os jogos na fase de grupos (Portugal, Alemanha, Brasil e Espanha) avançou para os oitavos-de-final já com um ligeiro cheiro a dever cumprido. No entanto, não era por ali que devíamos ou queríamos ficar. Por isso, com mestria e sofrimento vencemos a Holanda. O árbitro foi, contudo a principal figura do jogo, porque, de todos, foi o único a bater recordes. Até ele achará, com certeza, que não é um final de carreira assim que todos sonham. Nos quartos-de-final, ontem, o sofrimento foi, em minha opinião, ainda maior. Como em 2004, a decisão só se consumou nas grandes penalidades, depois de um domínio avassalador de Portugal, que não conseguiu aproveitar o facto de Rooney ter sido expulso. Mais uma

CRÓNICAS DO MUNDIAL

Se há facto que contribua mais para o charme de uma Selecção Nacional de futebol, esse é o de ser imprevisível o nascimento de um craque. Hoje, por esta hora, pode estar a nascer uma estrela que, se bem acompanhada, pode atingir um nível igual ou superior a muitos que hoje vemos pela TV. No entanto, este facto é também o mais ingrato. Se Shevchenko fosse brasileiro teria presença assegurada em todas as competições de renome, no que toca a Selecções Nacionais. No entanto, é ucraniano e tem de, por vezes, submeter-se, como nós, à TV para assistir a um Europeu ou um Mundial. Não é o que acontece agora, mas podia ter acontecido. Por tudo isto, o Campeonato do Mundo de futebol é tão importante e indeterminado. Algures no plantel de uma selecção aparentemente insignificante lá aparece uma estrela, vinda do nada, pronta a destruir as expectativas dos analistas que, por norma, confiam sempre nos mais óbvios. Assim, é quase nosso dever tomar atenção a este Mundial e, desta feita, de outro prism

ENEE

O Encontro Nacional de Estudantes de Enfermagem (ENEE) foi uma das melhores semanas de actividades em que participei. Com um cartaz brilhante (Terrakota, Mercado Negro, Levanta-te e Ri ao vivo, The Gift, Quim Barreiros, Da Weasel, muitos DJ's e muitas tunas…), um calor abrasador e a paisagem deslumbrante da Praia da Galé nada podia ter sido melhor. As alvoradas, os tachos a bater, as conversas, as piadas, as canções, tudo vai deixar muitas saudades que só de ano a ano poderemos matar. Foi, por tudo isto, uma semana que valeu a pena, a repetir tantas vezes quantas seja possível. As noites começavam numa confraternização cantada com o pessoal de Santarém e acabavam nas tendas, uns a dormir e outros a despertá-los batendo violentamente nos tachos que, mais tarde, serviriam para cozinhar. É por tudo isto que o ENEE valeu, vale e valerá a pena. E no coração fica o pessoal de Santarém, Setúbal, Bragança, entre outros que lá conhecemos e que para o ano, se não puder ser antes, esperamos r

Quim Barreiros

Embora comece a ser recorrente ver Quim Barreiros ao vivo nunca deixa de ser um espectáculo muito divertido. A interacção dele com o publico, as duas conotações de cada letra e a postura de toda a banda dá sempre que falar. Desta feita foi em Coimbra. Uma noite incrível, de todos os pontos de vista, iniciada pela Bandalusa, com música de baile para animar as hostes que se posicionavam em frente ao palco. Sem dúvida, um noite que não podia deixar de registar, por tudo o que aconteceu.

Insólito II

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Atenção! Quem viajar no regional para Coimbra compre em consciência. Se comprar bilhete Aveiro-Coimbra paga mais do que se comprar um Aveiro-Oiã e outro Oiã-Coimbra. E garanto que vale a pena porque no regresso experimentámos e o revisor não nos obrigou a sair e entrar logo de seguida, como o bilhete faria prever.  

Insólito I

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Apesar de ter dormido apenas 23 horas durante a Semana do Enterro consegui perceber que, por muito que não queiramos, estamos rodeados de insólitos. Por exemplo, sabiam que entram pombas em cafés porque são alimentadas lá dentro pelos clientes? Em Coimbra, pelo menos…

Semana do Enterro 2005-2006

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A Semana do Enterro acabou. Agora em vez de Lodo sou Moliço e espero pela segunda matrícula para usar as insígnias no meu traje que estreei logo no primeiro dia. A festa começou com pouca gente conhecida, porque no Sábado (dia 29) muitos ficaram em casa, mas bastou a companhia do Simão Vela e do Madeirense que já se curtiu muito ao som do Gabriel, o Pensador. Na verdade, dentre todos os que actuaram foi dos que mais me surpreenderam, pela força das letras a par da qualidade da melodia. No domingo, já com o resto do pessoal presente, foi a vez do Abrunhosa encantar. Começou com funky, passou pelo reaggae e acabou nas suas baladas únicas. Para mim " Eu não sei quem te perdeu " foi espectacular e ganhou um glamour especial, mas isso é outra história… Chegou a segunda, o dia de começar a fazer o carro, o dia do Quim Barreiros, o dia que muitos esperavam para ir lá pela primeira vez. O material chegou tarde, eu levantei-me cedo de mais, mas à noite o Quim fez a audiência explodir.

Despedida prematura

A vida nem sempre nos conduz conforme desejamos. Acontece isso com o actor Francisco Adam que faleceu no passado dia 16 num acidente de viação. Um verdadeiro fenómeno, como foi possível verificar pela presença de uma multidão no funeral, pelas mensagens em cadeia e pela onda laranja que foi proposta, que desaparece sem cumprir o sonho de fazer teatro e de uma forma que, diariamente, destroça muitas famílias. Já antes, por altura da morte de Miklos Féher, a juventude de quem se despedia nos fazia pensar que não está bem alguém tão novo despedir-se tão cedo. No entanto, a vida inclui destas coisas. E se com Féher foi mau assistir à morte em directo, com Francisco é estranho vê-lo todos os dias representar como se nada se tivesse passado.

Em forma de onda sonora

A música, está mais do que provado, tem efeitos terapêuticos. Daí que muitos adormeçam, estudem, conversem, descansem ou mesmo façam exercício a ouvi-la. Mas acima de tudo isso está o significado pessoal que a música adquire. Uma música a tocar no rádio enquanto algo de especial acontece fica indelevelmente marcada e, sempre que tocar, fará recordar o referido momento. Também a imaginação, aliada à sugestão própria de cada letra, de cada melodia, mostram o lado mais pessoal da canção, a maioria das vezes alheio ao compositor e ao intérprete. É isto que faz com os casais tenham a sua própria música, que cada um de nós possa ouvir dezenas de vezes a mesma sem se cansar e que possamos ter estações que repitam vezes sem conta as mesmas faixas. É a magia em forma de onda sonora

Show must go on

A vida vive-se através dos pormenores que ela contém. E isto é o melhor que se pode ter. No entanto, quando estes pormenores determinam algo que não nos agrada podemos ver-nos perante um cenário que, para além de insignificante e desnecessário, é absolutamente imprevisível e incompreensível. Se actuamos de determinada forma e prejudicamos alguém, mesmo que aos nossos olhos isso pareça esquisito, então podemos ter errado. E se não erramos? Se por acaso o nosso acto não foi propositado e, ainda assim, houve prejuízo? Complicado. São os pormenores que tornam a vida complexa, cheia, stressante, mas simultaneamente mais interessante do que se eles não existisse. Por isso, mesmo que acabemos por falhar, mesmo que um pormenor fique fora do quadro esperado, o melhor é avançar, ver que afinal não foi assim tão mau e desfrutar do desenrolar da situação. Afinal, o espectáculo tem de continuar.

Valor acrescentado

O valor que damos àquilo que possuímos é, não raras vezes, influenciado pelo decorrer da situação em si, ou seja, pelas contingências que levam à posse. Por isso, quando damos por nós a rejeitar algo por puro preconceito ou ideia pré concebida não estamos a ter em conta o que nos levou até ali. Assim é, e foi, com as entradas na Universidade. Após tempos e tempos de sonho, após lutas e lutas por notas que não valem mais do que o que são, um conjunto de dois algarismos que nada espelham da pessoa que as obtém, falhei. A primeira fase passou e eu, muito embora tenha estado entre os melhores no secundário, não entrei. Voltei ao secundário, precavendo uma segunda fase também falhada. No entanto, entrei. Entre o fracasso e o sucesso mediaram cerca de duas semanas, desesperantes por sinal. Hoje, por ter vivido "tanto tempo" naquela que terá sido uma das piores experiências da minha vida, dou um valor acrescido ao que me aconteceu depois. E, muito embora nada tenha encontrado de ver

"And the Oscar goes to..."

A cerimónia de entrega dos Óscares do passado domingo, no Kodak Theatre , foi muito para além do que imaginámos ser uma cerimónia como esta. As entrevistas da passadeira vermelha, os comentadores e o seu entusiasmo, as surpresas e as confirmações, tudo muito à americana e em grande, presentearam os presentes e os telespectadores com um espectáculo de qualidade. A apresentação de Jon Stewart , com dezenas de piadas oportunas e bem pensadas, foi, claro está, uma das mais valias da noite. Os apresentadores de cada categoria, escolhidos a dedo entre antigos nomeados e novos actores recentemente solicitados, levaram também a que o glamour aumentasse à medida que o término da gala chegava. A primeira surpresa deu-se na vitória de "It's hard out here for a pimp" , dos Three Six Máfia , por Hustle & Flow na categoria Melhor Música Original , festejada a preceito em conjunto com a apresentadora Queen Latifah . A segunda e principal surpresa aconteceu na categoria Melhor F

Dois anos

Há um ano passou despercebido. Hoje não. O Fiel Depositário faz dois anos! Durante o dia 6 de Março de 2004 deu-se a gestação, leia-se idealização e formação, mas o nascimento, ou seja o primeiro post, foi no início do dia 7 (às 00:28). Dois anos não são tempo algum, principalmente no que toca à escrita. Páginas existem que perduraram vários séculos até hoje, mas para um blog, dois anos é uma vida já longa. No entanto, nem por isso se vislumbra o seu fim. É com muito prazer que vejo esta data chegar acompanhada de mais de 3.000 visitas, o que, sendo pouco comparado com alguns blogs de figuras públicas, é muito para o Fiel Depositário. Por tudo isto, o meu enorme obrigado a quem o elogia e a quem nele deixou a sua marca. Espero que nunca deixem de o visitar pois ele, que já tem vida própria, ficará sempre muito feliz por vos ver. Ao lado dele passei grandes momentos ou partilhei aqueles em que, pela força da sua natureza, não esteve presente. Mesmo assim, como há dois anos, ele continua

Sugestão

É bom começar assim: rápido e bem. Não que tal se deva a mim, mas sim ao estágio profissional promovido, claro está, pela universidade, que nos permitiu, num ambiente multidisciplinar, observar - não se pode saber que ultrapassamos um pouco a observação - o funcionamento de tudo que se relaciona com os cuidados de saúde. Pois bem, animem-se os desesperados, o nosso SNS não está tão mal quanto isso. Tirando as listas de espera, o utente é atendido cada vez mais como cliente e não como instrumento de trabalho. A que se deve a mudança? À formação, sem dúvida, principalmente no que toca às relações interpessoais. No fundo, muitos pensam que o sistema de saúde, na sua globalidade, é deficiente, comparável a uma laranja podre. Mas, felizmente, e, ao contrário desses pensamentos, não totalmente podre. Se conseguirmos cortar o lado deteriorado e comermos regaladamente o que sobra, com certeza ficaremos satisfeitos. Já se pensarmos no lado podre enquanto comemos o lado bom, é natural que a simp

Potencial

Quando recebo um comentário do qual discordo, aqui no blog, não me coíbo de rebater. Por que não agradecer quando um comentário é bom? Aliás, devia ser essa a minha obrigação. Faço-o, então, quanto ao comentário que recebi no post "Poema". Mas que posso eu dizer? É muito difícil agradecer porque um obrigado não chega. Fica então um beijinho muito grande, a retribuição de todos os elogios e, quanto à grande amizade que também espero, temos todo o potencial, basta deixar o tempo agir. Muito obrigado.

Bill Gates

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A visita de Bill Gates a Portugal mostra-nos pelo menos um facto de extrema importância: o homem mais rico do Mundo apoia as iniciativas portuguesas e, acima de tudo, conhece o nosso país. Tudo isto, ligado aos discursos, aos ensinamentos e à experiência de vida de Bill Gates traz muitos benefícios e coloca o nome do país um pouco mais visível. Por tudo isto, só me resta dizer àqueles (e não são poucos) que nutrem um "pequeno ódio" pelo patrão da Microsoft que esta é a maior luva branca que ele lhes podia dar.

Poema

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Soberbo preço Eis que chega uma gloriosa aurora Trazida de bem longe pelo vento E o guerreiro que se levanta agora Esfrega os seus dois olhos, sonolento. Não sabe bem qual é o seu destino, Mas sabe que é para todos esta luta Da vida, que com o seu travo fino, Amargo e agridoce nos disputa. Tarde o saberá, ao ruído das palmas Que a vitória e a derrota, irmãs infames Têm o mesmo preço: de muitas almas E dos intensos derramados sangues. Fernando Miguel Santos 31/01/06  

Sincera?

Sim, sincera. Contudo, enganada suponho. O facto da Sincera que comentou o post Visão Toldada , da qual não duvido nem um pouco que seja, muito pelo contrário, apoio todas aquelas afirmações que em tudo se coadunam com as minhas, ter escrito daquela forma, com aquele conteúdo, leva-me a crer que terá havido um erro de interpretação, quem sabe induzido por um outro da minha parte. Sincera , não que não existam circunstâncias que promovam o afastamento, mas aqui não se trata de afastamento, mas sim de atitudes que, em altura de proximidade, o aumentam exponencialmente. Portanto, crendo que fica esclarecido o equívoco, se é que alguma vez existiu, termino este post dirigido a uma Sincera não identificada.

Cavaco Silva e a memória

Cavaco Silva é o novo Presidente da República portuguesa. Cinco contra um, a alegada vantagem da multiplicação da esquerda, não foram suficientes para levar de vencida o ex-Primeiro Ministro. No entanto, Manuel Alegre, o único que se poderia considerar apartidário e um dos que pode, ainda assim, encontrar um fundo vitorioso nesta jornada, só não conseguiu atingir aquilo a que se propôs por décimas. Ganhar por uma margem de 0,6% pode ser falacioso, uma vez que todo o mapa, à excepção de alguns concelhos alentejanos, ficou laranja. Mário Soares foi, sem dúvida, o mais derrotado, mas convém não esquecermos que, tendo a idade que tem, não se esqueceu de como se faz campanha, não se esqueceu de como se combate e não se esqueceu de que ainda é o "pai da democracia". E tal sempre será até que a boa memória exista entre os portugueses. Quanto a Cavaco, se na campanha parecera extremamente não qualificado a nível humano, digo agora que subiu na minha consideração e na de muitos mais,

Visão toldada

Quando há alguma força externa que força um grupo de pessoas, que ainda não se percepciona como tal, a sê-lo nada se nota quanto a atritos e separações. Na altura, todos pensam serem atitudes sinceras, talvez toldados na percepção por essa invisível força externa. É claro, quando a força desaparece, o verniz estala, e todos os sinceros de outrora transformam-se nos dissimulados de agora. Por isso, mais vale uma distância significativa do que uma proximidade interesseira.

Ilse Losa

É com muita pena que escrevo este texto. O desaparecimento de Ilse Losa é, apesar de previsível pela idade e pela condição, profundamente triste. O facto de ter sabido da notícia pela Sábado é também algo que me confunde e me faz reflectir acerca das prioridades da vida de cada um. Para mim, simples adolescente com ambições literárias, foi uma honra tê-la conhecido por meio de um amigo comum. Não perdi, como é óbvio, nenhuma das ocasiões para conversar com ela e tive o privilégio de a encontrar sempre num estado de lucidez impressionante. Certo dia, equipado com a máquina fotográfica para registar um dos meus passeios, acabei por ir lá parar. Pedi-lhe para tirar uma fotografia com ela, ela não negou e eis que tal constitui, agora, uma das melhores recordações que guardo. Resta-me um embargado "até sempre".