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A mostrar mensagens de abril, 2005

Paixão esclarecida

O facto de se escrever como simples sujeito poético pode, como se vê, gerar mal entendidos. Ainda que isto não me preocupe, é natural ser meu desejo ver as coisas esclarecidas. A posição que deveria tomar ao negar qualquer paixão da minha parte seria perigosa, ao ponto de despoletar reacções de desconfiança. Por isso, confirmo: estou a apaixonado, mas pela vida, nada mais.

Futebol

Parei, durante algum tempo, de falar em futebol. Primeiro, porque é o assunto de café mais comum e objectivo deste blog é elevar-se bem mais alto. Ainda assim, é possível falar sendo visto ainda de baixo para cima, não desfazendo, é claro. O campeonato não anda, como muitos gostam de afirmar, ao rubro. Ao rubro estaria se a diferença pontual fosse mínima porque todos ganhavam e eram raras as derrotas. Ora, como se pode constatar, a margem é mínima mas quanto às vitórias… Pode realmente dizer-se, pensando bem, que anda ao rubro, mas este é um rubro mal avaliado, quase falacioso, tabelado por baixo. Ganhe quem ganhar, nunca será merecedor (excluindo talvez o Braga, hipótese mais real do que ilusória). Compete ainda reconhecer que se o vencedor não se renovar, tal não é por excelente mérito dos adversários em redor, mas porque o FCPorto deixou escapar a mais declarada das hipóteses de dar várias voltas de avanço à concorrência. E, é verdade, não estará Couceiro a fazer pior que os outros

Por ti sinto o sangue a ferver

Tu. Por ti sinto o sangue a ferver, Não de amor mas de desejo. Talvez seja simples ensejo, Mas só de ver. Só de ver. Em perguntas me perco, A mim mesmo me cerco, Tentando tapar-te com a peneira. Mas como o Sol tua luz se esgueira E volto a perder-me em ti. Por ti sinto o sangue a ferver. Sim, por ti que estás a ler. Fernando Miguel Santos 11/04/05

Levo o Mundo às costas

Levo o Mundo às costas. Converso com ele, Sinto-lhe a pele, Mas não responde. Não sei porque se esconde, Logo agora que o levo às costas, Por meio de vales e encostas, Até das escarpas mais afiadas Por enormes gigantes talhadas. Será melhor ficar a ver? Não! Seria deixar de viver! Fernando Miguel Santos 11/04/05

Espartilhados

África. Terra de desprendimento onde ainda reina a lei da selva. Europa. Terra de desenvolvimento onde reina a lei do espartilho. Será que não podemos viver na feliz anarquia dos africanos, ainda que aproveitemos o nosso desenvolvimento para nos protegermos contra as calamidades do seu continente? Quando falo em feliz anarquia não quero ferir susceptibilidades, mas a verdade é que a profusão de leis nos leva a taparmos os nossos próprios sonhos em detrimento de regras que, na prática, nem terão o cumprimento desejado. Não existem tantos casos de fraude a essas mesmas leis? Para que servem então, senão existe previamente uma educação da população, um alertar para que se movam em torno do que é certo e não se fuja com subterfúgios cínicos e corruptores? Não são muitas as vezes em que se pode exprimir o desejo mais interior e, mesmo quando se pode, a sociedade reprime-o, sem deixar que ganhe raízes, por vezes lícitas, para que não se torne numa epidemia de liberdade. E há tanta gente que

Um ano

Despercebido. Foi assim que passou, incólume, o primeiro aniversário do blog. Não que seja facto para grande celebração mas que é importante, isso é impossível negar. Contudo, entre preparativos de viagens e férias tiradas um pouco a mim mesmo acabou por cair no esquecimento. Há um ano e alguns dias criei um companheiro, quase um amigo invisível, que me expõe, no fundo, a quem o procura, mas acaba por ser um confidente importante. Como se aprende, seja egocentrismo intelectual ou não, é engraçado e é bom, para mim e, acredito, também para os outros. Não se podem fazer promessas, mas se mais um (porque não mais?) ano se puder manter visível, tanto melhor. Ainda por cima agora que o estado de graça é maior. Bem haja o Fiel Depositário, ainda tão jovem mas já tão maduro.

Lloret de Mar

Há muito que já não escrevo, mas agora a razão é imperativa. Hoje acabaram as férias e com elas a viagem a Lloret de Mat. Foi bom? Não, foi muito bom. Mais do que isso. O sono é, agora, muito ao contrário do que por lá se passou, mas tudo se há-de recompor com uma reconfortante passagem pela cama. Já os sonhos, esses vão ser com luzes, sons, pessoas e, fundamentalmente, não vai haver pesadelos. Assim é que deve ser. Sempre.