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A mostrar mensagens de novembro, 2007

Haverá limite?

Quarta-feira o meu regresso, no suburbano da CP, foi feito na companhia de um professor. A impressão que tinha daquele homem, responsável por muitas das acções que se efectuam na área da deficiência em Portugal, mudou substancialmente. A naturalidade com que trata os deficientes, mesmo utilizando aqueles títulos que nós, recheados de preconceitos, evitamos, só demonstra a confiança com que ele encara o futuro. Sabe que pode fazer melhor, que podemos fazer melhor e que um dia será, na realidade, tudo um pouco melhor se todos fizermos por isso. A conversa sublimou-se até à existência de limite para o desenvolvimento. Haverá limite? Em resposta a um leitor do Fiel Depositário questiono: foi boçalidade da minha parte ter citado Rogério Samora ou foi este um boçal por ter diferenciado dois tipos de sexo, tema de que muitos se escusam e que todos sabem não pode ser assim tratado? Pois deixem-me explicar que Rogério defendeu o amor ao dizer que não é pelo facto de se ter relações sex

Rogério Samora

Nunca postei nenhuma daquelas palavras que a sociedade decidiu ostracizar no Fiel Depositário. Talvez tenha chegado a altura de assumir que todas as palavras, sem excepção, encerram na sua essência uma beleza que não pode sucumbir a qualquer censura. Afinal, a literatura usa-as, as piadas dependem eventualmente delas e a vida contém-nas, embora haja meios em que elas devam ser evitadas, a par de tantas outras. Recordo, a este propósito, o episódio em que uma enfermeira, com um papel determinante naquele Centro de Saúde, soltou a interjeição perfeita para atacar os académicos que preferem os papéis à luta pela integridade da profissão. «À merda mais os registos!» E esta frase não se esquece. Um dia, numa aula, um professor pergunta-me que livro tinha lido na semana anterior. Em verdade absoluta respondi Memória das Minhas Putas Tristes , de Gabriel García Márquez. «É tão bom quando um livro nos permite dizer um palavrão numa aula», respondeu o professor. Eu referi que podia ci
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Acabado de chegar ao stand de venda da Mazda vi, logo na entrada, em frente à porta eléctrica, um exemplar Mx-5. Estava pronto para o meu test drive. No entanto, como iria eu sair do stand com o carro? Não iria. Estava um outro, igual mas de cilindrada inferior ao 2.0 que eu tinha visto, à minha espera na rampa de saída. Este, um 1800 cc, era aconchegante. Parecia que me incorporava em si como se eu fosse apenas mais um elemento do habitáculo. A performance relativamente instável da suspensão em paralelo é mais do que compensada pela performance em estrada daquele que é, actualmente, o automóvel mais vendido no mundo deste segmento. Ao mudar de velocidade, a caixa estimula o motor e dá-nos um impulso, sendo o carro a puxar por nós e não o contrário. Um apelo enorme ao usufruto da estrada. Resta-me recordar embora o preço, bem acima dos 30.000 euros, pareça ser um óptimo argumento para o esquecimento.

Europeu de Futsal Portugal '07

Encontro-me neste preciso momento a escrever este post na Media Working Area do Pavilhão Multiusos de Gondomar "Coração de Ouro". As condições da imprensa, muito embora sejam comparativamente menores e menos luxuosas do que em outros eventos, são muito boas. Então porque não usufruir delas? Por agora, nem que sejam apenas cinco minutos, sou jornalista. Bem, talvez não. Talvez seja só um gajo com a mania que sabe escrever e que gostava de estar credenciado para estar aqui.

Josh Schwartz e Michael Hirst: dois oásis

Como fã de Josh Schwartz, criador da série The O.C., estou atento a todo o seu trabalho. Sim, eu sou daquelas pessoas, poucas talvez, que lêem o nome dos autores dos guiões (não gosto da expressão guionista por ser limitativa face a alguns escritores que também fazem deste o seu trabalho). Daí que seja um espectador atento a Gossip Girl e serei ainda de Chuck, que ainda não me foi possível ver, duas séries que o referido autor assina. Gossip Girl foi, entretanto, adquirida pelo canal AXN, o que vejo com muito bons olhos. Este é um sinal, seguro, que os canais por cabo têm, além de uma preocupação muito mais cuidada com a interacção entre publicidade e espectador, uma preocupação ainda maior com os conteúdos. E isto não acontece com os canais generalistas, nem mesmo com a RTP que falha consecutivamente, embora menos que SIC e TVI. O canal 2, esse tem o benefício da dúvida no conteúdo, mas perde em toda a linha com a forma de os tornar aliciantes, não sendo, de todo, chamativo para os ma

A beleza política da sedução do eleitorado

Muitas teorias apontam o feminino como resolução de muitos problemas de poder e governação. A inteligência emocional do género considerado mais fraco, erroneamente, durante tantos séculos, é referida como sendo um trunfo. E é bem provável que assim seja. Daí que nos devamos congratular com a vitória de Cristina Kirchner nas presidenciais argentinas. Num país emblemático, onde o sangue quente e à flor da pele gere a maioria das movimentações, o facto de o poder presidencial encerrar agora uma beleza nunca antes vista prenuncia algo de bom. Também nos Estados Unidos onde Hilary Clinton pretende ter o mesmo privilégio: impor-se num mundo masculino com as armas que pela natureza, e não só, lhe foram dadas. Armas de sedução que aplicadas à política podem elevar o ego de um povo exponencialmente. E a sensibilidade? Essa, então, ascende a um patamar quase inquestionável.