Na música como na religião só acredita quem quer
Vivemos na era da técnica. Vivemos na era da especialização máxima do desempenho e dos conhecimentos. O que nos traz até um momento único da história em que recorremos a um médico e ele descarta as suas responsabilidades para outro colega de outra área. Especializado que está num ramo, acabou por desligar-se dos restantes, não se achando suficientemente capaz para desempenhar a sua profissão nesses terrenos. Chegamos também ao momento em que as máquinas substituem o Homem em imensas actividades. Até no âmbito artístico, fundamentalmente na música, existem meios para suplantar lacunas técnicas e deficiências de desempenho. Aqui reside o primeiro paradoxo que vos quero apresentar, pois se por um lado temos que devemos especializar-nos através da formação, por outro temos que através de um subterfúgio tecnológico podemos chegar ao mesmo sítio sem sequer estudarmos uma página. Assim, como na religião, o dogma da formação absoluta esconde o talento e a tecnologia defende os profunda