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O amor mede-se, primeiro, no pouco

É provável que ela não saiba o quão importante é para mim. Neste texto, é o seu amor aos animais que me incentiva a voltar, num ano estupidamente duro, a escrever aqui.  São imensos os abandonos e regressos escritos neste blog, mas aqui está para um depósito, para qualquer depósito, ainda que esporádico. A maior parte dentre nós mede o amor pelo muito. Pelas noites muito tórridas, pelas prendas muito caras, pelo muito tempo em comum, pelas palavras muito fortes... Para mim, o amor mede-se, primeiro, no pouco. Nos momentos pouco interessantes do dia-a-dia, onde não precisamos de ser nada além de nós; nas palavras de sempre, pouco profundas; nos cumprimentos pouco elaborados mas consistentes; nos olhares de que pouco nos lembramos mas que são como argamassa de sentimentos; nos momentos pouco seguros, nos momentos pouco estimulantes e, principalmente, nos momentos pouco dignos de serem partilhados com o outro. Ao nosso lado sempre existiram animais. Em minha casa estão a Jessy e a Becky,

Um mar de aventuras

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Ao fim de doze anos de existência deste blog, que me permite afirmar esta data como o início da minha carreira de escrita em formato público, as actividades multiplicam-se. Como enfermeiro, ocupo o mesmo lugar de há cinco anos, num serviço de referência mundial no tratamento cerebral, cada vez mais notório num mapa competitivo mas de imensa importância. Como escritor, a minha primeira profissão, quase desde sempre, destacam-se os livros, as participações regulares em publicações periódicas com algumas coberturas jornalísticas pelo meio, as letras escritas para vários músicos e compositores e as palavras deste e doutros blogs. Porém, desde 2012, desenvolve-se a gestão, com três marcas fundamentais: a Spoon Eyes, a SEW e a idroneyou. A primeira tem vindo a solidificar a sua presença no mercado da fotografia, vídeo e design gráfico, recompensando o esforço num meio tão duro quanto o da multimédia. A SEW, marca de moda urbana com preponderância na criação de headwear, aumenta exponencialme

Cultura paga do lado certo

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A cultura ser paga é a premissa de que devemos partir. Isto porque a cultura é um bem essencial e uma profissão, pelo que quem a produz e a exerce tem o direito de ver o seu trabalho recompensado. Ninguém consegue comprar um quilo de arroz com uma salva de palmas. Se o Estado, para a proporcionar ou aproximar do cidadão, escolhe assumir parte dos custos é outra questão que, embora legítima, pertence a outro domínio.  Partindo deste princípio, chegamos a uma encruzilhada que conheço bem e da qual são vítimas todos aqueles que, no seu ou no superior interesse cultural, pretendam criar algo que seja difundido com sucesso. Em tempos, burlado por uma editora que ainda por aí se passeia, acabei por aceitar o pagamento dos inalienáveis direitos de autor do meu primeiro livro com os meus próprios exemplares; mais tarde, escrevendo para um estúdio, descobri que esse álbum ficaria numa gaveta à espera de ser resgatado por um inexistente discográfico benemérito ou pela avolumada quantia que o art