Receita Fascista
A fórmula é sempre muito semelhante. Revê-se na História e é por isso que devemos analisá-la e compará-la. Tudo começa num movimento pequeno ou numa figura menor. Vai-se acrescentando pequenos traços carismáticos e um discurso acutilante, próprio de quem aparentemente sofre com as massas. Aqueles que guardam rancores antigos e se sentem ostracizados e revoltados pela falta de oportunidades começam a ouvir este novo líder, com voz forte, que está a dizer exactamente aquilo que eles querem ouvir e as angústias que eles também gostariam de gritar. Juntam-se uns pós de misticismo. Deus, a Natureza, uma Força, a Fé. É o lado messiânico da fórmula. Afinal, estamos perante um Escolhido, que veio para salvar. Um Libertador. Depois inicia-se a propaganda. Umas camisas de cores iguais (ora castanhas, ora pretas, ora amarelas), uns panfletos, grandes manifestações populares, marchas. Para haver mobilização massiva dos crentes há que focar a raiva latente num inimigo público. Po