98 Octanas

Nós somos quem faz a nossa sorte. Se eu tivesse achado, como muitos outros, que o Cinema Cidade do Porto era foleiro, que não tinha categoria suficiente para apresentar um filme ou que o cinema português é sempre a mesma enxurrada de palavrões mal aplicados e más actuações, hoje ainda era o mesmo.
No entanto, quis a sorte, que eu mesmo fiz, que na mesma sala onde assisti à antestreia de 98 Octanas estivessem Márcia Breia e Fernando Lopes, uma das actrizes e o realizador. Falaram, contaram as peripécias que enfrentaram em quarenta dias de gravação e, por sua vez, Fernando Lopes referiu a presença de alguém muito estimável que o tinha comovido pela sua presença. Eis que ali um simples leitor da revista Sábado a aproveitar uma borla, num simples cinema, pode apreciar a companhia de Manoel de Oliveira. Desde esse dia que me sinto maior.

Comentários