Cavaco Silva e a memória

Cavaco Silva é o novo Presidente da República portuguesa. Cinco contra um, a alegada vantagem da multiplicação da esquerda, não foram suficientes para levar de vencida o ex-Primeiro Ministro. No entanto, Manuel Alegre, o único que se poderia considerar apartidário e um dos que pode, ainda assim, encontrar um fundo vitorioso nesta jornada, só não conseguiu atingir aquilo a que se propôs por décimas. Ganhar por uma margem de 0,6% pode ser falacioso, uma vez que todo o mapa, à excepção de alguns concelhos alentejanos, ficou laranja. Mário Soares foi, sem dúvida, o mais derrotado, mas convém não esquecermos que, tendo a idade que tem, não se esqueceu de como se faz campanha, não se esqueceu de como se combate e não se esqueceu de que ainda é o "pai da democracia". E tal sempre será até que a boa memória exista entre os portugueses.
Quanto a Cavaco, se na campanha parecera extremamente não qualificado a nível humano, digo agora que subiu na minha consideração e na de muitos mais, com certeza, quando afirmou que "a [sua] vitória não é derrota de ninguém". Justo para quem por tantos anos fez o melhor para o país e que, embora com erros, como sempre acontecerá, fez de Portugal um país como os outros.

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