CRÓNICAS DO EUROPEU

RÚSSIA - 0 // 2 - PORTUGAL
Estádio da Luz, Lisboa

Scolari fez quatro alterações na equipa que tinha enfrentado e sido derrotada pela Grécia: Miguel no lugar de Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho para a posição de Fernando Couto, Deco em substituição de Rui Costa e Nuno Valente a lateral esquerdo, lugar que tinha sido de Rui Jorge.
Notou-se desde o começo da partida que Portugal queria matar rápido o jogo. Aos dois minutos Deco de costas desmarca Nuno Valente que não percebe e deixa a bola escapar pela linha de fundo. Aos 6', a estreia do marcador. Figo cobra uma falta de Sennikov que derrubara Simão, mas a defesa alivia. Maniche recupera, passa a Deco e entra para a área onde vai receber a bola após um centro-remate do companheiro luso-brasileiro. Remata sem parar a bola, sem oportunidade para defesa. Ovchinnikov limitou-se a vê-la entrar, tal era a impossibilidade de acção. O jogo desenrolava-se com Portugal a dominar mas sem grandes oportunidades de golo. A0s 29', Figo cruza mas Pauleta não chega e Smertin acaba por ceder canto ao conjunto das Quinas. Aos 37', nova jogada bem delineada com Deco a passar a Maniche que, por sua vez, desmarca Simão, mas este não chega. Faltava um minuto para os 45' quando, estando Pualeta isolado, Ovchinnikov saiu, fora da área e parou a iniciativa do Ciclone. O árbitro marcou falta e expulsou o russo, por este ter alegadamente parado a bola com as mãos fora da área. A toda a gente assim pareceu e mesmo depois de muitas repetições permaneceu a dúvida. Mas há uma câmara que mostra que o ex-guarda-redes do FCPorto não toca com o braço na bola. Para o árbitro era impossível ver, mas é um erro embora perdoável. Não se pode dizer que tenha influência directa no resultado até porque Malafeev, o guardião suplente, esteve bem à altura, mas que dificultou a acção da Rússia dificultou e muito.
O intervalo passou e o segundo tempo regressou com um fora-de-jogo mal tirado. Numa boa jogada, passados cinco minutos desde a interrupção, Nuno Valente faz Malafeev exibir a sua boa qualidade. Para um grande remate, uma grande defesa. Aos 52' Kariaka cruza de maneira traiçoeira e Ricardo é obrigado a desviar a bola. Três minutos depois, deu-se um livre frontal embora um pouco longe, cobrado por Deco. Malafeev, demonstrando coragem, dispensou a barreira e defendeu o remate que fez um arco, dificultando o seu trabalho. A jogada leva ainda a um bom remate de Kariaka que Ricardo defendeu. Passados 61' minutos na partida, saiu Simão e entrou Rui Costa e na jogada imediata, Miguel passa para Deco que abre as pernas deixando-a para Nuno Gomes. Este vê Figo entrar na esquerda, passa-lhe o esférico e o número 7 remata, vendo Malafeev devia para o poste. Na recarga, Deco precipita-se e manda por cima. Entre 0s 70' e os 73' Deco protagoniza um lance individual que Nuno Gomes não finaliza, sai Izmaylov e entra Bystrov e Deco volta a rematar para a defesa de Malafeev. A Rússia jogava bem apesar de estar com dez e na defesa portuguesa R. Carvalho era um portento. Faltava então um quarto de hora para o final regulamentar, Figo rematou, Malafeev opôs-se e logo de seguida entrou Ronaldo para o lugar do capitão português. Yartsev também alterou, tirando Kariaka para a entrada de Bulykin. Ronaldo começou logo a fazer estragos. Uma fintinha aqui, um túnel ali, e os russos pareciam chineses com os olhos em bico. Aos 83', Nuno Gomes falha clamorosamente, tendo apenas Malafeev em frente. Passados 3 minutos, Alenichev zanga-se com o companheiro Maniche porque remata a bola contra este e o português faz teatro agarrando-se à cara quando nem sequer foi tocado ali pela bola. E no minuto seguinte, Rui Costa desmarca de forma perfeita C. Ronaldo que retribui o passe, num centro com a parte de fora do pé direito, pois estava na esquerda. Rui Costa marca e é abraçado por todos. Momento bonito: Deco e Rui Costa abraçam-se mutuamente e o 10 chega a beijar o 20 na cabeça, renunciando publicamente a qualquer mal entendido que a imprensa parecia querer perceber. Até ao final, os Quinas limitaram-se a controlar e somar os merecidos três pontos, os primeiros do Europeu.

Melhor em campo:
Maniche

Árbitro:
Terje Haunge - esteve bem apesar de ter expulsado mal Ovchinnikov, muito embora seja impossível analisar o lance correctamente sem recurso à repetição. Um fora-de-jogo mal assinalado não dá direito a má nota.

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