O engano continental, a poncha e o que de nós restasse

A verdade foge, como na maioria das vezes, ao estereótipo. A Madeira não é asfixiante por estar rodeada de água. Tal não acontece com a apelidada Pérola do Atlântico nem com a ilha Dourada, o Porto Santo, tendo esta até uma dimensão bastante mais reduzida.
Por isso, após as férias no Algarve, onde nunca tinha visto tantos estrangeiros (e estrangeiras) como este ano, talvez devido ao facto de ser Agosto, fui para a Madeira.
Desde dia dez até dia vinte foi o mais pequeno arquipélago português que me ocupou mais tempo. Em dois dias demos a volta à ilha, eu, o Bruno e o Filipe, fazendo uso das mais extremas capacidades de resistência e captação. Para a primeira tínhamos a ajuda do pé-de-cabra, da nikita, da Coral, do cortado, mas principalmente, da poncha (que saudades!). Para a segunda, o inestimável apoio das máquinas fotográficas que, como nós, aguentaram caminhadas, chuva, vento, muito sol e muito pó pisado por nós. E depois disto ainda faltava mais de metade da estadia.
Intercalando a poncha com Brisa, o refrigerante madeirense cuja versão maracujá é de repetir vezes sem conta, lá fomos optando pelo que mais nos satisfazia do ponto de vista do equilíbrio emocional de quem tem de visitar uma ilha de inúmeros recursos em tempo tão limitado. Ora o Casino e o Copacabana à noite, ora o Jardim da Quinta da Vigia de tarde para relaxar… Até que chegou a vez do Porto Santo.
Embarcámos no Lobo Marinho, o barco de ligação entre as duas ilhas que compõe o arquipélago, e fizemos das tripas coração para aguentar o ritmo das noites, depois de uma semana tão preenchida. Destas noites fica a noção de que as madeirenses são bonitas, mas não têm a capacidade de o avaliar na verdadeira dimensão. Perdem por se sobrevalorizarem ao ponto de ignorarem quem com elas conversa e, claro, gerar o riso de quem está a ver. Será este o ponto negativo da viagem? De forma nenhuma. Voltaria a sofrer revezes destes vezes sem conta … Era sinal que tinha voltado para a Ilha!



Nota- Este é o post número 300! Mais uma data marcante para o Fiel Depositário.

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