Métricas


Ser trabalhador é bom. Ser consistente é óptimo. Cumprir objectivos é sensacional. Mas há perigos nas métricas.
Quando estabelecemos aquilo que queremos atingir fazemo-lo de forma fácil. A ideia pode estar já na nossa cabeça, percorrer o nosso inconsciente e a decisão acaba por ser imediata. A colocação em prática é sempre a parte mais difícil. Sabemos que temos de ter força para começar e aumentá-la para manter os nossos padrões. É por isso que nos servimos de métricas.
Para escrever um livro podemos definir o número de palavras; para vender um produto definimos o número de vendas que nos dará lucro; para viajar definimos o número de cidades que queremos ver e, nelas, os monumentos que queremos visitar.
E se tal não se der? É aí que entra a angústia. A sensação de ter falhado. Não damos espaço para o improviso, para o expontâneo. Não cedemos à novidade e podemos, por isso, perder até algumas das maiores vantagens de sairmos do sítio.
Ter métricas não é, por si só, desvantajoso. Pelo contrário, elas podem ajudar-nos a chegar onde queremos.
Ser dependente das métricas, isso sim, é péssimo. Devemos fazer o que queremos, o que gostamos, como gostamos e no tempo que nos aprouver. Podemos ter de cumprir prazos, é certo, mas devemos cumpri-los à nossa maneira.
Não há fórmula que se aplique a nós. Existem apenas os nossos meios, as nossas ideias.
É preciso concretizar, mas também é preciso ser livre.
Afinal, há sempre um destino, mas o que conta é a viagem.

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