Política e fraqueza




Aproximam-se as eleições autárquicas mais estranhas da história do nosso país. Talvez seja porque os candidatos corruptos continuam a insistir, talvez seja porque o tribunal constitucional decidiu a más horas o que seria feito dos candidatos " repetentes", talvez seja da conjuntura.
O certo é que nunca nada foi tão confuso nas eleições do poder local, as mais precisas na mente dos eleitores. Afinal, conhecem-se os candidatos, sabe-se do seu trabalho em prol das freguesias e dos municípios e não há aparelho partidário que vença a força do conhecimento.
A culpa é da fraqueza de todos. A forma como tratamos os políticos, deixando-os ficar com os lugares que deviam ser de alguém que promovesse a cidadania activa e de qualidade, é a origem da classe política que nos representa.
Tecnocratas uns, imbecis outros, levam a sua vida à nossa custa e nós a nossa à sua mercê e eis o resultado.
Compreende-se que o peso não é igual dos dois lados da balança, que a corda pode partir do lado mais frágil, mas muitos pesos de poucos quilos pesam tanto (ou mais!) do que um peso com vários quilos.
Começa em cada um e eu, reivindicativo por natureza e resmungados por adaptação, também fraquejo. Hoje, mesmo hoje, isso aconteceu.
No entanto, a aprendizagem só o é se se der de uma forma contínua. Tudo se aprende quando se quer aprender. O importante é não repetir os mesmos erros.
Caso contrário, lá estarão sempre os mesmos a usufruir do prazer de servir o país como se o país fosse quem os deve servir.
Amanhã, terá de deixar de ser assim...


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