Problemas ferro e rodoviários: os comboios e o acidente do IC8






O póstumo é algo bem mais profícuo do que o presente. Da mesma forma que os já falecidos eram todos boas pessoas, pelo menos a julgar pelas declarações dos presentes no último adeus, a solução de problemas que já não têm por onde ser resolvidos é obra comum do ser humano.
O acidente do IC8 encaixa neste perfil. Descrever o acidente seria fazer eco das agências noticiosas, bem mais precisas do que este blog nesse tipo de descrições. Já no que toca à reflexão, este blog ficará, porventura, a ganhar.
O piso tinha um defeito já por demais explorado, o autocarro não tinha cintos de segurança e, por fim, a legislação de diferentes países dá indicações divergentes quanto à segurança.
Em primeiro lugar, se queremos operar num país diferente do nosso temos de cooperar com as autoridades do mesmo, ou seja, cumprir a lei que nesse país vigora.
Segundo, os problemas de piso e de segurança devem ser resolvidos antes das viagens.
Terceiro... Não há terceiro. Aliás, se fossem tomadas previdências atempadamente tudo seria simples.
As alegações das inúmeras razões que levaram ao acidente do IC8 e de ambos os comboios em Alfarelos, bem como daquele terceiro que chocou contra uma carrinha de um assaltante de gasóleo em Souzelas apontam para uma só razão que de razão nada tem: o erro humano.
Seja o erro de não corrigir aquilo que tem defeito, o não atentar nas regras de segurança que falam de cintos ou de linhas diferentes para comboios em sentidos opostos ou o risco que decorre de uma paragem numa linha de comboio durante uma fuga à lei há um denominador comum de falha do sistema que nos rodeia.
Entre doidos e irresponsáveis acabam por surgir feridos e mortos. E depois? Depois? Depois de morrerem umas quantas pessoas já se podem resolver os problemas ou enfrentar os flagelos sociais. E assim, a lógica fica de fora da equação.

Imagem: rtp.pt

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