O voto compulsivo

Era uma vez um país que se gabava de viver em democracia. Este país, por estar habituado a viver austeramente, mantinha-se equilibrado. Para o fazer, mantinha viva a chama da revolução, florida e sem sangue, por sinal, que trouxera paz as mães e descanso aos combatentes.
Certo dia, qual doente psiquiátrico, acordou e lembrou-se de eleger o ditador como o Maior Português num programa televisivo. «Deve ter descompensado», pensaram todos. E ficou o assunto resolvido.
Porém, noutro dia, ao acordar, lembrou-se que talvez fosse melhor aplicar o voto compulsivo para melhorar a democracia. Terá notado que compulsivo e democracia são palavras que não ligam? Para que lutaram os seus capitães, para que evitaram o sangue tentando não perder a razão, para que mudou o regime político?
Obrigar a que se vote é atentar contra a liberdade individual. Talvez um dia este país acorde e se aperceba que se os seus eleitores não elegem a culpa é apenas sua.

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