Garota de aeroporto

Os olhos desenhados com traços felinos incomparáveis. A face pousada num lago cristalino com nomes de fadas que, ás costas, suportam a penitência do que é belo.
Troca-se o olhar, insiste na resistência estúpida do orgulho, fecham-se as comportas das barragens de palavras que forçam a liberdade da vontade.
Espelham-se comentários em portas fechadas, mas de vidro, para manter a tentação. A de Ipanema era mais fácil, mais despida, daí a canção. Está mais longe, mais tarde, tarde de mais, talvez.
Por isso, frustra sentir na pela a queimadura do sorriso distante, no último momento do último olhar. Amanhã, como sempre, é tarde. Amanhã, como sempre, é tarde de mais.

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