A Cidade Sem Par
Eis a Cidade Sem Par Terra de muitas crenças Onde toda a gente vai dar Apesar das suas diferenças É um lugar bonito Feito de hospitalidade Qualquer habitante expedito Mostrará boa vontade Mas esta é uma limitada Análise da superfície Que quando bem aprofundada Nos mostra toda a imundície Nesta terra tudo é feito E nada parece real Mesmo os amigos do peito Uns dos outros dizem mal Há humildes fingidos Que se apregoam ultrajados E que em todos sentidos Não passam de pobres coitados Há corações perto da boca Raivas latentes em cada esquina E muita cabeça oca Que nos fica na retina Há crentes esperançados E incrédulos que se espumam E os gestores desgraçados Cujos sucessos se esfumam Feitos só de teoria Mudam a sua vontade Vivem para o dia-a-dia Com a crise da meia idade Há espaços inteiros Onde podemos encontrar Rebanhos de imensos carneiros Prontos para concordar Há palhaços e animais Trapezistas em exibição Que como os demais Acabam sempre