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A mostrar mensagens de setembro, 2013

O meu acidente

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A sensação de impotência, quase como se fosse a conduzir uma mota feita de sabão graças ao óleo das estradas, a dor do impacto e as dores de vários dias que se seguem (e ainda se mantêm), as feridas de abrasão feitas pelo deslizar desprotegido no alcatrão... Consequências de quem anda à chuva e, neste caso, não se molha mas cai. Tudo se passa num milésimo de segundo. O carro que me precede talvez nem se aperceba do erro que comete. E eu caio. Caio em plena cidade do Porto e quem pára para me ajudar? Um brasileiro preto. Perguntou-me tudo o que devia ter perguntado, esperou que me recompusesse e tentou reconfortar-me. Ainda me ajudou a erguer a mota e viu-me as feridas. Depois, esperou que eu telefonasse a alguém e deixou-me. Nesse dia, talvez tenha chegado atrasado ao trabalho. Não sou de fazer contas ao que se passa depois, mas esperava contactos de outras pessoas. Os "inevitáveis" fizeram-no, duma forma ou doutra, mas alguns deixaram passar ao lado. Talvez seja por ninguém

A Scooter Literária

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Sábado, após uma noite de serviço, a minha Besbi 125 marcou presença na Scooter Parade, a maior concentração de scooters do país, transportando-me e à Filipa. Na semana em que atingiu os 2000 kms, soube-me bem saber que há várias pessoas (mais de quatrocentas, pelo menos) que partilham do prazer de viajar neste veículo tão divertido. É também com prazer que recordo a forma como a Besbi chegou até mim e que faz dela a única Scooter Literária do Mundo! Sim, a Besbi teve o preço de um poema. Um poema escrito por mim que, após votação quase unânime dos professores do ginásio onde os poemas foram a concurso, se tornou o vencedor do primeiro prémio. Como é libertador não ter de me cingir aos horários do metro, às agruras do trânsito e dos lugares de estacionamento... Como é refrescante sentir a liberdade na cara (às vezes ao ponto de nos enregelar) e ir descobrindo, sempre com extrema atenção, a maneira de pensar dos outros condutores, praticar a arte da adivinhação em relação ao que os outr

Política e fraqueza

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Aproximam-se as eleições autárquicas mais estranhas da história do nosso país. Talvez seja porque os candidatos corruptos continuam a insistir, talvez seja porque o tribunal constitucional decidiu a más horas o que seria feito dos candidatos " repetentes", talvez seja da conjuntura. O certo é que nunca nada foi tão confuso nas eleições do poder local, as mais precisas na mente dos eleitores. Afinal, conhecem-se os candidatos, sabe-se do seu trabalho em prol das freguesias e dos municípios e não há aparelho partidário que vença a força do conhecimento. A culpa é da fraqueza de todos. A forma como tratamos os políticos, deixando-os ficar com os lugares que deviam ser de alguém que promovesse a cidadania activa e de qualidade, é a origem da classe política que nos representa. Tecnocratas uns, imbecis outros, levam a sua vida à nossa custa e nós a nossa à sua mercê e eis o resultado. Compreende-se que o peso não é igual dos dois lados da balança, que a corda pode partir do lado m