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A mostrar mensagens de maio, 2012

Relvas, Carvalho, César e sua mulher

As relações alegadamente ténues entre Miguel Relvas e Jorge Silva Carvalho têm vindo a parecer mais estreitas no desenrolar de todo o processo e à luz de novos dados que vão sendo difundidos. Mensagens telefónicas e reuniões de negócios (como agora noticia o JN nesta página ) não me parecem - nem a ninguém, ressalve-se - relações tão ténues quanto se quer fazer transparecer. Num clima de suspeição como o que reina, não será difícil perceber que as aparências também contam e devem contar, principalmente porque as pessoas envolvidas devem ser um exemplo de integridade pelos cargos que ocupam. Será que estes dois senhores não consideram a possibilidade de, a cada nova noticia, verem adensar a nuvem negra que repousa sobre as suas cabeças? Como diz um ditado que tanto aprecio, "à mulher de César não basta ser séria, tem de parecer". E neste caso, se as aparências não nos iludirem, o cheiro a irregularidade, a "compadrio" e a tráfico de informações podem inundar o ar que

Óculos, cabelo lambido e mochila vermelha

Lembram-se daquele menino de óculos, cabelo lambido com gel para trás, que chegou à Universidade ainda de mochila vermelha às costas? Lembram-se daquele rapaz a quem muitas dariam crédito intelectual mas a quem poucos tratariam como parte integrante de algo comum? Alguns, os meus mais chegados amigos, lembrar-se-ão até de um menino religioso, que sonhava casar virgem e acertar à primeira na mulher que amaria para sempre. Lembram-se, de certeza, de um menino que não tocava determinantemente em álcool ou tabaco. Recordam facilmente as recusas dele em sair à noite. Que é feito desse rapaz tão sério? Há quem afirme tê-lo visto ir-se embora, ter partido. Há quem pense até que morreu para sempre e no seu lugar deixou outro ser. Mas tudo isto é mentira! Este menino de óculos, sóbrio e saudável, pudico e religioso, fui eu. Aliás, sou eu! Mas as pessoas crescem... Quem hoje me conhece e não tomou contacto com aquela figura que descrevo acima terá dificuldade em imaginar. Contudo, em essência, t

Questões de perspectiva

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As perspectivas de vida que temos mudam. Sim, afinal, os objectivos não são estanques. São voláteis, esvaem-se, esgotam-se, perdem-se no tempo. Há coisas, por exemplo, que tendemos a valorizar que não passam de meros pedaços de um vazio que, arbitrariamente ou não, nos rodeia. É estranho que percamos tempo com esses factos, mas eles, por serem parte integrante da nossa realidade, estão diante de nós, sem misericórdia. Todos já devem ter notado a descaracterização de algumas prioridades, valores que se deveriam manter interminavelmente. Mas, como os valores também têm tempo, acabam por ser ora ultrapassados, ora hipervalorizados, ora ignorados. Tudo isto quase ciclicamente. O melhor exemplo disso é o sexo. O sexo, como partilha do prazer, tem vindo a perder o secretismo e a tornar-se um tema menos silencioso do que antes. Democratizou-se, no fundo, e acabou por ser impelido à compreensão da sua semântica. O seu significado, antes singular, agora ter-se-á transformado numa multi

Para ti

Sabes esses espelhos da alma Que tuas pálpebras aconchegam? Sonhei guardá-los na palma Porque os dedos todos não chegam E esse teu tão calmo jeito Feito de um mistério silencioso Onde amiúde me deleito E me faz tão curioso Sabes dos lábios desenhados Que a tua face encaixilha? Imagino-os em beijos apaixonados Do mundo nova maravilha Sabes desse pleno poder Que a dançar enfeitiça? Quase me faz não conter Todo o fogo que me atiça E se não tiveres defeitos? Arranjar-te-ei um altar Para, em momentos perfeitos Te poder, somente, contemplar.