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A mostrar mensagens de abril, 2012

As difíceis despedidas do que é fácil

Sei de alguém que vai partir. Por problemas conjugais deixará o marido de há décadas e partirá. Outro país a espera e, consequentemente, uma vida mais activa e, assim desejo, mais feliz. Do ponto de vista de quem com ela conviveu durante mais de dez anos, tudo se torna estranho. A presença daquela pessoa era-me algo garantido, daqueles factos a que pouco ligamos por nos parecerem marcados em pedra. São dados assegurados, no fim de contas. A vida muda, contudo. O que outrora estava garantido poderá hoje não ser mais do que uma recordação, seja de que teor for. Que o diga o marido, quando descobrir. Saberá que todos os erros que cometeu mudaram a sua existência? Ou teimará em culpar a fugitiva esposa pela conduta desenfreada e quase leviana de desaparecer da sua vida? Apenas sei responder à questão que em mim se coloca. Se aquela mulher, que nunca significou nada para mim a não ser uma constante presença se transforma numa despedida difícil, tomara que os erros de hoje não os obriguem a

Valência e o meu "até já"

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Valerá sempre um até já! Deixou saudades, como se notará pelas parcas palavras que escreverei. Custa escrever sobre estas coisas. Barcelona também foi assim, para pior, tendo em conta que o que escrevi à mão nunca tive coragem de passar. Reler aquilo requer mais tempo... Nesta viagem, além da comida, das pessoas, das simpatias, dos sorrisos anónimos, do hotel, dos italianos barulhentos, enfim, do bom e do mau que acaba por ser bom por ser diferente, há uma ressalva determinante: a companhia. É a viajar que a essência das pessoas vem à tona. E eu adorei navegar nesse imenso mar, feito de um feitio difícil (porém, mais fácil do que o meu), uma enigmática beleza e um companharismo surpreendente... E como a vida é curta, deixo-vos com a música que mais se ouviu por lá, nessas noites de memórias eternas e turvas pelos líquidos sorvidos...