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A mostrar mensagens de novembro, 2008

O sabor amargo da vitória abandonada

Todos aprendemos que na vida nem sempre se ganha. Há derrotas, tristezas e desventuras a que temos de reagir. A questão que, contudo, se coloca é terminológica. Temos de reagir, não de nos habituar a elas. Olhados de lado pela sociedade em que se inserem, os mais reactivos são aqueles que transformam a sua vida numa perseguição de vitórias, não pelo simples prazer de vencer, mas porque têm confiança nas capacidades que possuem, conhecendo-se bem e, acima de tudo, tendo plena noção das suas limitações. Sabendo disso podem, frequentemente, conseguir ultrapassar handicaps que de outra forma nem reconheceriam como tal. E vencem. Hoje é mais um dia sem tempo para mim. Mas há sempre tempo para vencer.

O rei do tempo

Em tempos longínquos, os desejos de todos os monarcas eram satisfeitos por pajens que, como que por intermédio de mágicos poderes, apareciam por detrás das cortinas com travessas de perdizes recheadas e porcos engordados para o efeito. Não sendo eu monarca, tenho de lutar para ter aquilo que quero. E o que quero tenho, pelo menos por agora, pelo preço caro que é não ter tempo. Levanto-me às 5.30, apanho o comboio das 6.25, chego a Aveiro as 7.13 e percorro a pé o caminho até o hospital durante vinte a vinte e cinco minutos. O calo que surgiu na planta do meu pé esquerdo transforma-se, por esta altura, num silício secreto que me lembra que o meu sofrimento tem uma razão válida. Ou várias. Fardo-me e entro no serviço de Urgências do Hospital Infante D. Pedro a tempo do início da passagem de turno: às 8.00. Saio às 15, apanho um táxi para me levar ao comboio que parte às 15.19, chego às 16.06 a Valadares e parto para o Porto. Entro ao serviço da GameStop entre as 16.20 e as 16.30 e comple