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A mostrar mensagens de abril, 2006

Despedida prematura

A vida nem sempre nos conduz conforme desejamos. Acontece isso com o actor Francisco Adam que faleceu no passado dia 16 num acidente de viação. Um verdadeiro fenómeno, como foi possível verificar pela presença de uma multidão no funeral, pelas mensagens em cadeia e pela onda laranja que foi proposta, que desaparece sem cumprir o sonho de fazer teatro e de uma forma que, diariamente, destroça muitas famílias. Já antes, por altura da morte de Miklos Féher, a juventude de quem se despedia nos fazia pensar que não está bem alguém tão novo despedir-se tão cedo. No entanto, a vida inclui destas coisas. E se com Féher foi mau assistir à morte em directo, com Francisco é estranho vê-lo todos os dias representar como se nada se tivesse passado.

Em forma de onda sonora

A música, está mais do que provado, tem efeitos terapêuticos. Daí que muitos adormeçam, estudem, conversem, descansem ou mesmo façam exercício a ouvi-la. Mas acima de tudo isso está o significado pessoal que a música adquire. Uma música a tocar no rádio enquanto algo de especial acontece fica indelevelmente marcada e, sempre que tocar, fará recordar o referido momento. Também a imaginação, aliada à sugestão própria de cada letra, de cada melodia, mostram o lado mais pessoal da canção, a maioria das vezes alheio ao compositor e ao intérprete. É isto que faz com os casais tenham a sua própria música, que cada um de nós possa ouvir dezenas de vezes a mesma sem se cansar e que possamos ter estações que repitam vezes sem conta as mesmas faixas. É a magia em forma de onda sonora

Show must go on

A vida vive-se através dos pormenores que ela contém. E isto é o melhor que se pode ter. No entanto, quando estes pormenores determinam algo que não nos agrada podemos ver-nos perante um cenário que, para além de insignificante e desnecessário, é absolutamente imprevisível e incompreensível. Se actuamos de determinada forma e prejudicamos alguém, mesmo que aos nossos olhos isso pareça esquisito, então podemos ter errado. E se não erramos? Se por acaso o nosso acto não foi propositado e, ainda assim, houve prejuízo? Complicado. São os pormenores que tornam a vida complexa, cheia, stressante, mas simultaneamente mais interessante do que se eles não existisse. Por isso, mesmo que acabemos por falhar, mesmo que um pormenor fique fora do quadro esperado, o melhor é avançar, ver que afinal não foi assim tão mau e desfrutar do desenrolar da situação. Afinal, o espectáculo tem de continuar.