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A mostrar mensagens de novembro, 2004

Poema

Soneto à Deusa Vive em ti a inigualável beleza Que te torna, portanto, incomparável E o jeito inconfundível e amável Retira, se houver, minha incerteza Mas tu não és como qualquer alteza És de um maior valor impraticável Única, de perfeição admirável E plantas alegria onde há tristeza Pois que mais posso dizer eu de ti Se nenhuma palavra vai chegar? Nada. Mas sei que tu libertas luz És, eu sei, como nunca outrora vi És, também, quem eu mais desejo amar És a única deusa que me seduz Fernando Miguel Santos 19/10/04 - 20/10/04

Arafat

Yasser Arafat encontra-se, como é de conhecimento público, num estado de saúde muito precário. Hospitalizado e ligado às máquinas em França, a sua morte tem sido ora anunciada ora desmentida. Calcula-se que seja devido à importância religiosa da sexta-feira que passou, ontem, que poderia ser alvo de discórdias e desacatos caso fosse conhecida a sua morte. É, portanto, natural que, passando a data se anuncie mais cedo ou mais tarde o falecimento de Arafat. Apesar de tudo isto, o problema da sucessão coloca-se sempre. Deixando-nos ou não, Arafat terá de ser substituído. E, outro problema, caso falece, Sharon não o deixará ser sepultado em Jerusalém. Portanto, teremos Arafat sepultado num qualquer sítio que não o seu, o que é de todo em todo incompreensível. Já Bush não perdeu tempo e tratou logo de desejar "paz à sua alma". Fica a intenção, mas caso o homem sobreviva ainda há de se rir vendo a figura de Bush a abençoá-lo.

USA

Bush é o Presidente dos Estados Unidos. Uma vitória clara determinou a continuação. Fica, no entanto, a ideia da vitória de Kerry nos "flancos", nos estados mais industrializados e urbanizados, o que sem dúvida diz muito. Se estes estados se insurgem contra Bush isso quer dizer que o actual Presidente mais poderoso do Mundo vai ter grande oposição pela frente, muito embora as ideologias republicanas e democratas sejam semelhantes em alguns pontos fulcrais. Por isso, resta ao Mundo esperar um pouco mais e ver se Bush muda algo em relação ao anterior mandato ou se, por outro lado, continua a série de erros que tem vindo a cometer e que tanto nos têm preocupado.

O meu maior medo

Imagine um Mundo em que todos somos iguais. Não, fisicamente não somos iguais. "Apenas" pensamos da mesma maneira. Todos temos as mesmas convicções políticas, religiosas, sociais, económicas, enfim, todos gerimos tudo de igual forma. Surge, então, a pergunta: se todos gostassem do azul que seria do amarelo? Pois. Imagine um Mundo em que, apesar de reinar a paz, apesar de não haver conflitos, deixa de haver cultura, a geral e a profunda, as crianças deixam de aprender pelo saber e quase se tornam máquinas de absorção do que é essencial ou fundamental para a vida que levam. Deixariam de existir manuais como hoje existem, deixariam de existir opiniões e factos concretos embora "não fundamentais", deixaria de existir aquilo a que hoje chamamos "conhecimento". Que seria do discurso que visa convencer? Para quê gastar latim quando todos pensam como eu? Que seria do predador se não existisse presa? Imagine que todos tínhamos as mesmas orientações e vivíamos em co